domingo, 22 de novembro de 2009

Day 01 – Sonho X Pesadelo

Em algum lugar do Outono de 2007

- Ao som de Ana's Song (Open Fire) SilverChair -

O treinamento continuava cansativo, com a cara na lama. Chovia muito.

Era tudo novo, e eu era um dos mocorongos.

O nosso sargento para diversão sádica dele estávamos fazendo não quantas flexões.

Surgiu uma luz divina de bondade e ele dispensou todo mundo.

Todo mundo saiu correndo por causa da chuva, eu fui andando, já que estava molhado de todo jeito. Mas me chamava atenção a movimentação perto de um prédio. Havia uma excursão com vários universitários. Acho que estavam a uns 70 metros de onde eu estava. Me chamou a atenção uma garota de preto, bom os outros estudantes estavam com cores mais claras. E essa garota que olhou de tal forma que fiquei sem jeito, fechei um pouco o olhar, mas arrisquei a olhar de novo. E ela deu um sorriso no meio daquela personalidade misteriosa. Ela se afastou junto com os demais e ela deu uma ultima olhada.

Algo estranho começou a acontecer...

Escuto rajadas de tiros e explosões.

Mergulho no chão em posição de defesa.

"Droga estou sem munição. Mas o que está acontecendo?"

Corro até a sala de armas o mais rápido que posso, vejo meus amigos sendo abatidos. Todos foram pegados desprevinidos. Todos que estão na sala de armas estão distribuindo os pentes de munição.

O plano do momento era garantir a integridade física dos cívis. Um sargento selecionou eu e mais 4 recrutas para ir até o prédio onde estavam os universitários.

Corremos para os fundos do prédio onde estavam os universitários.

Observo a janela e vejo a garota de preto.

Olho para o chão e vejo pingos de sangue e fico batendo a mão sobre mim e vejo marcas de sangue.

De repente acordo.

Banhando em suor.

E não era a primeira vez que tenho esse sonho.

sábado, 21 de novembro de 2009

Day 0 – Agente Duplo

15/Nov/2011 – 2140 GMT -3

Enquanto que a Sgto. Ramos estava ocupando todo o dormitório, resolvi caminhar para explorar todas as instalações possíveis do quartel. Soldados corriam, descansavam, enfim seguiam as suas atividades.

Com o canto dos olhos, observava o posicionamento das câmeras. Claro, evitava olhar diretamente para elas, e preferencialmente, caminhava quando possível nos pontos cegos das câmeras. Apesar que o Exército Brasileiro pouco se importava em recursos hi-techs para todo o pelotão do país. Apesar que para a "agência*" que trabalho, tecnologia não falta.

Com discrição, me encosto na parede, coloco meu óculos de grau fraco, para não causar suspeitas que contém uma micro-câmera e vejo à 300 metros de minha posição uma conversa entre 2 capitães e um cívil.

"É... alvo localizado."

Observando a conversa, começo a ter flashs novamentes, minha mente começa a focar em outras coisas.

"Droga, preciso me focar na missão."

Os homens da conversa analisam um carregamento que será transportado para fora da base.

"Tenho que verificar o memorando."

A noite é uma aliada para minha discrição. Com o relógio que está em meu pulso, miro para os dois postes e aperto o botão, que faz com que as luzes dos dois postes comecem a falhar. Corro para mais perto deles. Mas estava começando a ficar perigoso. Estava chegando a hora da revista dos quartos. E para piorar o jipe da Polícia do Exército estava chegando próximo a mim.

"Se eu não pensar em algo estarei muito encrecado".

Achei uma pedra do meu lado, com toda força que tinha joguei a pedra em direção à janela que a patrulha da PE estaria passando. Com o barulho a PE imediatemente parou para averiguar o estrago. Ainda tinha tempo para passar pela escuridão dos postes apagados.

"Caso puz a perder a missão."

Consegui entrar dentro do alojamento, desarrumei o meu cabelo, guardei o meu óculos e tentei mexer o meu cabelo para fazer cara de sono. E escuto os alto-falantes.

"Todos os recrutas, ao seus dormitórios para inspeção."

"Isso não é bom." Fico apreensivo.

Entro rapidamente no quarto e vejo a Sgto. Ramos dançando aquelas músicas da moda.

- Ei Moraes, onde você estava? – Perguntou ela.

- Não é da sua conta pirralha! – Respondi com raiva.

- Eu vou falar para os monitores que você estava fora do dormitório a noite toda.

- E falo que você não está com o comportamento apropriado para uma Sargento – Devolvi a ameaça.

- Vamos fazer assim, vamos arrumar o quarto antes que chegam os monitores e vejaam essa bagunça.

Ela concordou e fizemos o possível e cada um foi para a sua cama.

- Dorme ou se faça de sono.

Os monitores abriram com tudo a porta e viram que nós estávamos "dormindo". Eu questionei o que estava acontencendo, mas eles falaram apenas para dormir. E foram embora.

- Ei Moraes, você me deve explicações. – Retrucou ela.

- Depois eu falo, mas por hora vai dormir. – Respondi para ela

Mas eu não consegui dormir. Eu ficava pensando nessa missão. Eu já estava começando a ficar cansado. Cansado de muita coisa. E questionando se estou no lado certo, dos mocinhos. Ou do lado errado, dos malvados.


 

*Nota do autor: Os mistérios sobre essa agência será revelada num momento oportuno.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Day 0 – “E se...”

15/Nov/2011 – 1346 GMT -3

Retornando para o meu alojamento. Após o almoço coletivo, nada fora do comum. Enquanto ando minha cabeça está em outro lugar. Na realidade, vários lugares ao mesmo tempo.

Fico pensando nas escolhas tomadas. Escolhas feitas para tentar agradar aos outros. Mas que no fim, o resultado não foi como esperado, pelo contrário só me fez sentir dor por dentro. Que não pude desabafar com ninguém.

Acho que foi por isso que entrei para o exército. No início achei que fosse uma fuga, hoje considero como uma forma de tentar descobrir quem sou eu, e o que eu fiz, e se eu me arrependo ou não das ações que fiz até hoje. É doloroso mexer sem que os olhos não comecem ficar encharcados.

Volto a realidade.

"Preciso lavar o rosto".

Tiro a gandola e sigo para o banheiro do dormitório. Mal lavo o rosto e escuto um barulho no dormitorio.

Olho para direção da porta e vejo a minha nova companheira de quarto.

"Você deve ser a Sargento Ramos."

"Sim e você deve ser o Sgto Moraes", falou ela.

Ela tinha um jeito de recruta, mas ao mesmo tempo aparentava ter um jeito que é difícil de descrever. Não ter medo de nada.

Ela já se apossou da melhor cama, não falei nada, para mim é indiferente. Pois no fim, cama a ou cama b pouco me importaram daqui a algum tempo.


 

Day 0 Se enturmando

15/Nov/2011 – 0841 GMT -3

Cai uma garoa, fina, aquela que te convida para uma sala para refletir. Enquanto vou em direção ao alojamento, olho ao chão para ver a grama espirrar as gotas da garoa. Adentro do alojamento com minha mochila. Acho finalmente o local onde vou estar por um tempo.

Jogo a mochila no chão, olho para a janela que escorre a água da chuva. Só consigo pensar na chuva, que me faz pensar em estratégias desse jogo que estou envolvido. Procuro pensar em alternativas, que podem envolver destinos de pessoas.

Trim Trim

O celular toca, é uma mensagem que significa o início da missão que fui selecionado.

"Agora não tem mais volta..."

sábado, 14 de novembro de 2009

Day 0 – Conhecendo a nova família

15/Nov/2011 – 0435 GMT -3

Dia da Proclamação da República. Me pergunto, por que eu estou fazendo nesse lugar, eu não pedi para estar aqui. Essa guerra nem é minha.

Estava tentando abrir os olhos quando o sargento nos jogou para fora do caminhão. Eu despreparado com a ação dele cão de cara na lama com minha arma. É o mesmo modelo usado pelo exército americano, enfim, estava mais preocupado com ela do que comigo, já chega de ficar preso por mocoronguice minha. Mas estava preocupado. Quando o "teste" vai começar. Eu mantenho registrado esses registros, pois, se eu não sobreviver, pelo menos minha memória se manterá viva de alguma forma..

Prelúdio...

Antes de mais nad estarei descrevendo o objetivo desse blog.
Ele tem como objetivo uma forma de aliviar a minha alma, fazer com que as emoções e coisas que estão acumuladas em mim, que são difíceis de expressar, seja por dificuldades ou não saber como falar, gerar uma energia cinética para transformar em palavras e histórias. Tornando assim, uma morfina para as minhas neuroses, frustações, medos, alegrias etc.
Eu sempre tento criar um elo com a realidade e a ficcão, ao ponto de tirar algum aprendizado e criar um sentido.

Bem espero que gostem. E quem sabe, não transformo num projeto interessante e fora do contexto de tecnologia.

Rui "Solid"